A reciclagem de eletrônicos
A reciclagem de eletrônicos começa com a desmontagem dos equipamentos, que na RecicloAmbiental é feita manualmente. As etapas manuais, para o diretor da empresa, são uma oportunidade de geração de postos de trabalho e de renda com a indústria do setor de manufatura reversa. Miriam Correia Serra (na foto), por exemplo, tem 44 anos e trabalhava como diarista, sem carteira assinada, até começar na empresa de reciclagem, onde está há dois anos.
Funcionários como Miriam desaparafusam as partes do aparelho e separam os componentes de acordo com a reciclagem que será feita na sequência: plásticos, ferros, metais, alumínio e placas de circuitos vão para diferentes usinas.
Foto: Fernando Borges/Terra
Saiba o que é feito de cada parte que compõe seus eletroeletrônicos.
Estrutura
A CPU do computador tem uma estrutura feita de ferro, que vai para a indústria de reciclagem especializada no material.
Foto: Fernando Borges/Terra
Botões e tampas
A parte frontal da caixa, onde ficam botões, aberturas de drives CD, etc, é feita de plástico - são mais de 900 tipos, mas a indústria de eletroeletrônicos utiliza materiais específicos. Depois de separadas, as partes são destinadas a outra usina de reciclagem.
Foto: Fernando Borges/Terra
Foto: Fernando Borges/Terra
Placas de circuito
As placas eletrônicas - placa mãe, placa de rede, placa de áudio e vídeo - são também isoladas, mas o processo de reciclagem não é feito no Brasil. Isso porque esses componentes são feitos de 17 metais diferentes, incluindo alguns preciosos, e separar cada um desses elementos exige tecnologia de ponta, que o País não tem. Na verdade, apenas cinco empresas no mundo fazem o processo com excelência, e elas estão instaladas na Alemanha, na Bélgica (para onde vai a maioria do material recolhido pela RecicloAmbiental), no Canadá, na Suécia e no Japão.
Freitas aponta que a tecnologia avançada de reciclagem das placas não deve ser o foco do Brasil neste momento de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. É preciso, antes disso, operacionalizar a coleta, para que haja volume de material suficiente para compensar o custo do investimento.
Cabos
Os cabos, tantos os internos que conectam os diferentes componentes dentro da CPU, quanto os externos que conectam periféricos, também entram na lista de recicláveis. Freitas ressalta que os chamados sucateiros há muito já "reciclam" o material, mas o processo que usam é queimar os fios, derretendo o plástico e vendendo o cobre que resta depois. O jeito ecologicamente correto, no entanto, é moer os cabos e, na sequência, usar a diferença de peso entre o plástico e o metal para separá-los, sem emissão de gases na atmosfera.
Foto: Fernando Borges/Terra
Foto: Fernando Borges/Terra
Cabos: separação de materiais
Em algumas usinas, joga-se a mistura dos materiais moídos na água: o plástico boia, o cobre afunda. "Não tem queima, mas gasta água e ela muitas vezes não é tratada", pondera o empresário, justificando a opção de sua empresa por um moinho de vento: o plástico voa, o cobre fica. Depois se separados, cada elemento segue para as empresas especializadas na sua reciclagem
Cooler
O alumínio também aparece entre os componentes da CPU: o cooler, que mantém o processador resfriado, é feito do metal. Segundo Freitas, hoje o Brasil é exemplo mundial na reciclagem de alumínio, que atingiria 98% do total.
Para que o alumínio seja enviado à reciclagem é preciso, antes, remover parafusos e elementos de ferro que circundam o cooler.
Foto: Fernando Borges/Terra
Notebooks
Os notebooks, diferente dos computadores desktop, têm a estrutura composta mais por alumínio do que ferro, uma vez que o primeiro é mais leve. Isso, no entanto, não gera diferenças no processo de manufatura reversa, que procede com os laptops da mesma forma que com os PCs.
Foto: pgeletronica.com.br
Impressoras
As impressoras são compostas pelos mesmos elementos que o computador: uma estrutura interna de ferro, uma carcaça de plástico, placas eletrônicas, e uma série de cabos, que são separados e enviados às respectivas indústrias.
Foto: Fernando Borges/Terra
Cartuchos
O diferencial desses equipamentos está no material usado para impressão: cartucho, toner ou pó são enviados para coprocessamento – ou seja, usados para queima em geradores de energia.
Foto: Fernando Borges/Terra